quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"LA GARANTYA SOY JO"

Os mais novos talvez não se recordem de um personagem feito pelo Jô Soares, em um programa humorístico, onde ele interpretava um contrabandista caricato que oferecia sempre mercadorias de procedência duvidosa a incautos consumidores. Bastante falante e milongueiro, quando indagado sobre a garantia do produto que estava sendo vendido, ele sacava o bordão que é o título deste artigo.
Recordações à parte, num final de semana desses, me dirigi até o Stand Center, em São Paulo, lugar famoso por comercializar "artigos importados por vias não ortodoxas" e que frequenta o noticiário policial, com certa frequência. Fui até lá comprar um MP3. Comprei o aparelho, recebi um papel (xerox) que me dizia que o produto tinha "garantia". Por um mês. Era mais do que eu poderia querer. Uma garantia!!! E de ainda um mês!!!

Cheguei em casa e, claro, o produto não funcionou. Escaldado por experiências frustantes em fazer valer a garantia de outros produtos comprados de forma convencional, de prodecência indubitável e e marcas famosas (já tive problemas com AIKO, SANSUNG, SVA, PALM e outras marcas), me desesperei. Afinal, como vou reclamar aquela "garantia"?

Munido da mais absoluta paciência e pronto para uma briga com um chinês que mal falava o português (o que me vendeu o tal aparelho), voltei ao local. Fui até o estande e falei para o tal chinês que o produto não estava funcionando. SURPRESA!!! Sem perguntar nada, sem fazer nenhuma conjectura, sem me dar senha, sem ABSOLUTAMENTE NADA, o tal chinês abriu uma gaveta, pegou outro produto e me deu. SIMPLES ASSIM!!!
Me lembrei de horas e horas intermináveis em filas de assistências técnicas de marcas famosas (algumas já citadas), de perder uma enormidade de tempo sendo atendido pelos SAC's (que um amigo meu diz que são um pé no SAC's). Tentei entender porque as coisas são diferentes na informalidade. Empresas formais são organizadas, têm departamentos, profissionais altamente competentes e inúmeras ferramentas de marketing de relacionamento para manter o cliente satisfeito. E não satisfazem.
Já o chinês simplesmente troca. Não reclama. Não abre ocorrência, não manda para o departamento competente fazer uma profunda análise técnica, não testa o produto para ver se eu sacaneei. NADA. Só troca.
Onde será que as escolas de marketing, de engenharia, de administração foram buscar os conceitos que norteiam estes profissionais que estão nas grandes e renomadas empresas e que não conseguem resolver um simples problema de um simples cliente??? Em que escola estudou o tal do chinês que entende que, não brigue com o cliente.
Talvez a própria informalidade o proteja, afinal, ele não vai querer que você chame a polícia ou vá até o PROCOM para fazer uma denuncia. O "RAPA" iria lá e pronto. Acabou-se a festa. Bem se ser informal é uma garantia ao consumidor eu imploro a PHILIPS, SANIO, SHARP, SANSUNG, e todas as outras companhias "legais":


"PELO AMOR DE DEUS. SEJAM INFORMAIS!!!!!"

Nenhum comentário: