segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"NÓS VAMOS INVADIR SUA PRAIA"

Acho que poucas vezes na vida peguei um trânsito tão forte nas estradas de saída da capital paulista como noi último dia 21 de Abril, o dia do feriadão. Acho que nem em carnaval a coisa foi tão feia para sair de São Paulo.
 
Muita gente, assim como eu, deve se perguntar porque o trânsito está ficando tão pesado??? A resposta é simples. Aumento da frota de veículos. Mas como??? Propiciada pela entrada da tão famosa Classe C no mercado de consumo. Junte-se o fato do aumento do poder aquisitivo desta faixa da população o barateamento dos carros e, é claro, de todos os produtos, o que se tem é uma perigosa mistura de aumento de consumo com falta de aumento na infra estrutura. E o resultado se pode esperar. Congestionamento, não só no trânsito, mas como nos aeroportos, nas rodoviárias, nas torres de celulares, etc, etc, etc...
 
A profética música do irreverente grupo Ultraje a Rigor, que dá título a este artigo diz
 
''Daqui do morro dá pra ver tão legal
O que acontece aí no seu litoral
Nós gostamos de tudo , nós queremos é mais
Do alto da cidade até a beira do cais''
 
Pois é... O povo não apenas agora está vendo, como quer participar. E está invadindo as praias de todo mundo. Buscando seu lugar ao sol. E tome celular tocando o funk predileto no Metro (mas não no fone de ouvido e sim no falante) porque é claro, eu quero que todo mundo veja que eu agora também tenho um celular que toca música, antes previlégio de poucos. E nas ruas a coisa se repete. Passam os carros com som no último volume tocando músicas de gosto duvidoso, pelo menos para mim, mostrando para todo mundo. "Hei, eu também tenho um carro com som. Vocês estão vendo???"
 
''Mais do que um bom bronzeado Nós queremos estar do seu ladoNós tamos entrando sem óleo nem creme
Precisando a gente se espreme
Trazendo a farofa e a galinhaLevando também a vitrolinhaSepara um lugar nessa areiaNós vamos chacoalhar a sua aldeia''
E, aos poucos, os redutos de classe média alta vão sendo invadidos pelo povão que quer compartilhar os sonhos de consumo que anteriormente lhes eram praticamente impossiveis. Apesar de todo mundo reclamar do preço escorchante da gasolina e do álcool, proclamar a quatro ventos que o pedágio é um absurdo, as estradas vão ficar cada vez mais cheias. E as lojas. E os Shoppings. E os Aeroportos. E tudo o mais.
 
E, não haverá outra alternativa senão
 
''Mistura sua laia
Ou foge da raia
Sai da tocaia
Pula na baia
Agora nós vamos invadir sua praia'' 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

BANDIDOS X MOCINHOS

A criminalidade vem, a cada dia, ganhando mais corpo não apenas nas grandes cidades, mas também no interior do Brasil. Já se discutiu muito sobre como acabar com este problema e muitas sugestões, muitas boas e algumas inexeqüíveis, foram apresentadas.

Por ser uma pessoa que estuda o comportamento humano, me arrisco a mostrar também a minha opinião. E ela é muito simples:

"OS MOCINHOS NÃO TÊM COMO GANHAR DOS BANDIDOS."

Senão vejamos: Apesar de fazer muito tempo, ainda me lembro do tempo em que freqüentava o colegial (hoje Ensino Médio) e como a classe se dividia em dois grupos bem distintos.

A turma da frente: aplicada, estudiosa, cumpridora de seus deveres, obediente, enfim, tudo que o sistema adora.

A turma do fundão: Arrelienta, criativa, inconformada, com força para realizar, com vontade de mudar o mundo, enfim, tudo que o sistema detesta.

É claro que a turma da frente era elogiada, passava de ano, ganhava louvores e tudo o mais. enquanto isso, a turma do fundão, por seu comportamento inadequado, ganhava castigos, broncas, suspensões e até expulsões. Ou seja, se via claramente a repressão aos baderneiros e sua conseqüente marginalização.

Este colégio que relato, apesar de ser um colégio estadual, ficava em um bairro de classe média-alta de São Paulo e, conseqüentemente, freqüentado por jovens de um certo nível. Apesar de muitos anos terem se passado, vejo, pelos relatos dos jovens com convivo de que a coisa não mudou. A divisão ainda continua.

Mas vamos transportar este ambiente para um Colégio na periferia das grande cidades. É claro que a divisão vai existir. E com ela a marginalização. Só que no caso de escolas de nível, estes marginalizados têm opção na vida. O pai monta uma empresa, ou vão trabalhar na empresa de um parente e se dão bem, pois usam a criatividade e a capacidade de mudar as coisas, entre outras habilidades, para fazer acontecer.

Na periferia, estes marginalizados só têm um caminho. A marginalidade. Portanto, a escola, pela sua incompetência em lidar com criatividade, inovação, e outros atributos que fazem líderes, despeja no mercado de trabalho, anualmente, uma mão de obra altamente qualificada, pois tem todos os atributos que as grandes corporações vivem exigindo de seus colaboradores: Criatividade, liderança, capacidade de improviso, tenacidade para mudar as situações, coragem para enfrentar o perigo e o desconhecido. E de quebra, esta mão de obra a disposição da criminalidade está com raiva, necessitada, revoltada, enfim, motivada para enveredar por este caminho sem pensar nas conseqüências.

Por isso, se algum dia quisermos mudar o índice de criminalidade que existe por aí, temos que começar na escola. Dar espaço para que estes jovens possam se expressar, desenvolver sua potencialidades, que são muitas, e poder ter a chance de mostrar sua força de trabalho. Alguém já disse que e verdadeira democracia é dar um ponto de partida igual para todos.

Basta só você se lembrar de todos os filmes policiais que vocês já viram. O policial que resolve as coisas não obedece ordens, inventa artimanhas, é independente, etc, etc,etc,etc......

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

AS MAÇÃS E O APOCALIPSE

O Apocalipse de São João nos mostra que o fim dos tempos será marcada pela vinda de 4 Cavaleiros, cujo número 4, na simbologia bíblica tem significado de simetria, universalidade.

Mas o que tem a ver as maçãs com isso? Simples, a humanidade, pelo menos a cristã, viveu, toda a sua vida, sob a figura da maçã.

Primeiro foi a que a serpente ofereceu a Eva no Paraíso e que deu no que deu. Poderíamos fazer uma analogia e dizer que, a maçã de Eva, simboliza a tentativa do ser humano de triunfar sobre a carne. Sobre o físico. Parece que não funcionou, porque a gente foi expulso do paraíso.

A Segunda maçã aconteceu na década de 60, quando um 4 rapazes de Liverpool (olha o 4 aí, gente!!!!!!!!!), mexeu com toda uma geração, e as posteriores também, pregando paz, harmonia e compreensão entre os homens e revolucionando os princípios. Sob o selo da maçã (Apple Records) produziu excelentes e revolucionários albúns que atingiram diretamente o coração das pessoas, fazendo-as trabalhar no plano do amor.

A Terceira maçã, criada na década de 70 por Steve Jobs, trás uma verdadeira revolução na forma de processar e tornar pública a informação. A Apple Inc., através de seus potentes computadores pessoais, mexeu com a inteligência das pessoas e deu-lhes ferramentas para se deenvolver a utilização do cérebro.

A Quarta Maçã eu ainda não conheço, mas ela poderá fechar o ciclo do Apocalipse, que em grego quer dizer Revelação.

Rapaz: Esta coisa de reflexão mexe com a cabeça da gente. Mas, como dizia o Millôr Fernandes: Livre pensar é só pensar.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

EXPECTATIVAS X POSSIBILIDADES

Estamos vivendo uma época muito difícil. Como estava escrito no Apocalipse de São João Batista:

"No final dos tempos será uma época de ranger os dentes."

Os esotéricos de plantão entenderam que o fim do mundo seria marcado por um novo ciclo glacial onde o frio intenso dominaria o planeta e o povo todo congelaria. Longe de mim me atrever a discutir com pessoas bem mais informadas do que eu em religião, mesmo porque não estou fazendo nenhuma apologia religiosa, mas não posso deixar de pensar e me perguntar:

"A gente só range os dentes quando está com frio ?"

Não. Basta pesquisar um pouco e veremos que muitas pessoas são acometidas de um mal chamado de "Bruxismo" que significa comprimir os dentes um contra os outros friccionando-os e desgastando-os. E porque fazemos isto ? Porque ficamos extremamente estressados durante todo o tempo pela pressão que a tal da "vida moderna". Senão vejamos.

O Presidente aperta o Diretor Comercial por melhores resultados. Este aperta o Gerente, que pressiona o Supervisor, que monta em cima da equipe. Esforços concentrados para que os resultados melhores, planos e mais planos para que as expectativa de resultados melhores sejam concretizados. Mas aí, os resultados atingidos.podem não ser os esperados. O que acontece ? Frustação. E novas pressões e novas montadas e novos planos mirabolantes e novas expectativas. E possivelmente novas frustações.

E o que acontece com o moral de toda a equipe ? Fica mais pra baixo que barriga de cobra. E o círculo recomeça e parece nunca ter fim. Um circulo absolutamente vicioso, uma operação perde x perde que se repete indefinidamente. Tudo porque ? Por causa das expectativas.

Expectativas geram stress e fadiga tanto emocional quanto mental. Expectativas têm que acontecer a curto prazo. Porém existe uma nova forma de encarar as coisas. Ao invés de trabalhar no campo da expectativa, porque não trabalhar no plano das possibilidades ?

Possibilidades são mais amplas e mais racionais, pois elas podem permitir vislumbrar chances de sucesso ou de insucesso. Possibilitam que você, ao invés de ficar torcendo ou forçando para que a coisa dê certo, observe para ver se as coisas estão ou não dando certo e tome providências para corrigir o rumo, se e quando necessário.

Possibilidades envolvem o racional, enquanto a expectativa envolve o emocional. Na primeira você pensa e analisa o que não deu certo. Na segunda você pragueja com o que deu errado. Na primeira você interage e é proativo, na segunda, você é reativo e procura justificativas, ou culpados, pelas possiveis falhas.

Possibilidades abrem as portas do futuro, pois permite que você mude o rumo constantemente, enquanto as expectativas nos restringem a um presente infeliz. Isto não quer dizer que devamos deixar de lado o planejamento e todas as outras ferramentas motivacionais, elas continuaram sendo úteis. O que vai mudar é a forma de encarar o resultado e, com isto, possibilitar menos frustações e Bruxismos.

E isto funciona para tudo. Negócios, relacionamentos, filhos (lembra da sua expectativa de ver seu filho médico ?), enfim tudo em que nos envolvemos.

Lembre-se, na vida tudo são possibilidades. Inclusive a nossa possibilidade de não estar mais aqui amanhã cedo. Então porque o stress ?

Mantenha o rumo com disciplina, exerça suas tarefas com energia, encare os desafios com otimismo, mas analise
sempre todas as possibilidades e aceite o fato que a gente nunca acerta todas.

Lembre-se também que possibilidades têm tempos diferentes para acontecer. Por isso não deixe que sua expectativa (leia ansiedade) aborte um processo cuja possibilidade de dar certo pode estar em um tempo diferente da sua expectativa.

Isto é sabedoria. É aprender a lidar com o tempo das possibilidades e empurrar o que deve ser empurrado e deixar andar sozinho o que tem que andar sozinho.