segunda-feira, 24 de outubro de 2011

BANDIDOS X MOCINHOS

A criminalidade vem, a cada dia, ganhando mais corpo não apenas nas grandes cidades, mas também no interior do Brasil. Já se discutiu muito sobre como acabar com este problema e muitas sugestões, muitas boas e algumas inexeqüíveis, foram apresentadas.

Por ser uma pessoa que estuda o comportamento humano, me arrisco a mostrar também a minha opinião. E ela é muito simples:

"OS MOCINHOS NÃO TÊM COMO GANHAR DOS BANDIDOS."

Senão vejamos: Apesar de fazer muito tempo, ainda me lembro do tempo em que freqüentava o colegial (hoje Ensino Médio) e como a classe se dividia em dois grupos bem distintos.

A turma da frente: aplicada, estudiosa, cumpridora de seus deveres, obediente, enfim, tudo que o sistema adora.

A turma do fundão: Arrelienta, criativa, inconformada, com força para realizar, com vontade de mudar o mundo, enfim, tudo que o sistema detesta.

É claro que a turma da frente era elogiada, passava de ano, ganhava louvores e tudo o mais. enquanto isso, a turma do fundão, por seu comportamento inadequado, ganhava castigos, broncas, suspensões e até expulsões. Ou seja, se via claramente a repressão aos baderneiros e sua conseqüente marginalização.

Este colégio que relato, apesar de ser um colégio estadual, ficava em um bairro de classe média-alta de São Paulo e, conseqüentemente, freqüentado por jovens de um certo nível. Apesar de muitos anos terem se passado, vejo, pelos relatos dos jovens com convivo de que a coisa não mudou. A divisão ainda continua.

Mas vamos transportar este ambiente para um Colégio na periferia das grande cidades. É claro que a divisão vai existir. E com ela a marginalização. Só que no caso de escolas de nível, estes marginalizados têm opção na vida. O pai monta uma empresa, ou vão trabalhar na empresa de um parente e se dão bem, pois usam a criatividade e a capacidade de mudar as coisas, entre outras habilidades, para fazer acontecer.

Na periferia, estes marginalizados só têm um caminho. A marginalidade. Portanto, a escola, pela sua incompetência em lidar com criatividade, inovação, e outros atributos que fazem líderes, despeja no mercado de trabalho, anualmente, uma mão de obra altamente qualificada, pois tem todos os atributos que as grandes corporações vivem exigindo de seus colaboradores: Criatividade, liderança, capacidade de improviso, tenacidade para mudar as situações, coragem para enfrentar o perigo e o desconhecido. E de quebra, esta mão de obra a disposição da criminalidade está com raiva, necessitada, revoltada, enfim, motivada para enveredar por este caminho sem pensar nas conseqüências.

Por isso, se algum dia quisermos mudar o índice de criminalidade que existe por aí, temos que começar na escola. Dar espaço para que estes jovens possam se expressar, desenvolver sua potencialidades, que são muitas, e poder ter a chance de mostrar sua força de trabalho. Alguém já disse que e verdadeira democracia é dar um ponto de partida igual para todos.

Basta só você se lembrar de todos os filmes policiais que vocês já viram. O policial que resolve as coisas não obedece ordens, inventa artimanhas, é independente, etc, etc,etc,etc......

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